sexta-feira, 16 de outubro de 2009

UM HERÓI NUMA CADEIRA DE RODAS:


Havia um homem de 38 anos que tinha enormes cicatrizes no rosto.

Suas marcas eram tão salientes que lhe deformavam a face.
Em qualquer ambiente social que ele comparecia, as pessoas ficavam chocadas
com a sua aparência.
Além disso, era paraplégico, andava de cadeira de rodas.
Seu filho Rodolfo tinha muita vergonha, e cresceu tentando escondê-lo.
Não chamava os amigos para freqüentar sua casa, nem o pai para participar de
reuniões e festividades da escola.
Certo dia Rodolfo contraiu uma gripe forte e faltou à aula. Por causa de um
trabalho urgente, dado pela professora, os colegas foram até sua casa, sem
avisar.
Quando viram aquele homem ficaram atônitos. E Rodolfo mais ainda.
"Não se preocupem, sei que sou bonitão" - disse, bem humorado, o homem.
E os garotos perceberam a doçura daquele homem mutilado pela vida.
Enquanto faziam o trabalho tiveram algumas dúvidas e pediram ajuda ao homem
feio, que os atendeu e lhes mostrou sua admirável cultura, pois lia mais de
um livro por semana.
Após o término do trabalho, uma pergunta fatal.
Alguém perguntou por que ele estava naquela situação.
Rodolfo ficou vermelho e preocupado, pois os pais nunca haviam lhe falado o
porquê. Sempre evitaram a resposta.
Então aquele homem dócil resolveu aproveitar a oportunidade para contar o
que havia acontecido no passado.
Quando Rodolfo ainda era um bebê, eles fizeram uma viagem e se hospedaram
num hotel-fazenda.
Ausentaram-se, ele e a mãe, por algum tempo, deixando Rodolfo com a babá.
Quando retornavam perceberam que o hotel estava em chamas.
Desesperado, o pai se embrenhou pelo meio do fogo e resgatou o filho.
Mas no exato momento que entregou o bebê ao bombeiro, uma viga caiu sobre
sua coluna jogando-o no chão, e as labaredas provocaram sérias queimaduras
no seu rosto.
Então, com profunda ternura, o pai de Rodolfo falou: "a vida de meu filho
era mais importante que a minha. Eu poderia morrer, mas lutaria para salvar
a dele."
E acrescentou que as cicatrizes eram o sinal do amor intenso que sentia pelo
filho.
Disse a Rodolfo que não lhe contaram a história antes para que ele não se
sentisse culpado, e pudesse crescer sem traumas.
O garoto entendeu que não conhecia a intimidade de seu pai.
Compreendeu que foi injusto e superficial todas as vezes que tentava
esconder aquele herói dos seus amigos.
Aprendeu que deveria conhecer, amar e curtir mais seus pais, enquanto ainda
era tempo.
***

Bons filhos conhecem a história de seus pais, mas filhos brilhantes vão
muito mais longe: conhecem os capítulos mais importantes de suas vidas.
Jovens com essa característica desenvolvem a arte de ouvir, dialogar,
compreender.
Adquirem a capacidade de se colocar no lugar dos outros, de superar
conflitos e desenvolver relações saudáveis e felizes.
Mesmo quando seus amores erram, eles agem como garimpeiros que procuram ouro
no subsolo da história de quem amam.

Tenham uma ótima semana com muita Luz

Abraços a todos

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